PBPI 06 - Intenção de Mais, Ação de Menos
INTENÇÃO DE MAIS, AÇÃO DE MENOS

Neste capítulo, vou apresentar minha experiência junto a MEAR SP. Os fatos narrados foram organizados por décadas devido à falta de certeza em datas e anos específicos.
A narrativa tem o objetivo de constatar o descompasso entre Intenção e Ação no que se refere à Plantação de Igreja pela MEAR SP. A análise crítica não me exclui de ser parte da responsabilidade deste descompasso construído. E sou parte também destas intenções, elaborando junto com os colegas nosso programa. Queríamos muito que fosse um programa de resultados seguros e contínuos, porém resultou em burocracia desnecessária e confusa. Agora, juntos, temos que ter coragem de aprender com as experiências e dar um passo além.
Por causa de boas intenções a Regional de São Paulo – MEAR SP contabiliza apenas duas igrejas abertas em quase 40 anos, sendo o campo de Franscisco Morato, na Grande São Paulo, fruto de adoção, pois o trabalho desenvolveu-se sem ação de igreja da Capital, fruto de irmãos que moravam naquele município. Levamos duas décadas para proporcionar um templo naquela cidade. Também o campo em Caiçara, na baixada, mesmo com o planejamento inicial pela Regional, ainda é congregação da igreja-mãe há quase duas décadas. Nestas 4 décadas, a Regional ainda transferiu o campo de Tupã para ser conduzido pela MEAR VP, e numa troca denominacional, transferiu o campo de Xique-Xique na Bahia para a MEAR DF e recebeu, aos seus cuidados, o campo de Florianópolis, da MEAN. Efetivamente, com respeito a Plantação de Igrejas, contamos 1 igreja plantada em 30 anos de Regional São Paulo (Caiçara). Agora, em Florianópolis SC, há um despertar para a plantação de novas igrejas, já contando com mais um ponto de pregação naquela cidade e continuam empolgados quanto à expansão!
Vejamos um pouco da cronologia que marca as intenções e ações desta MEAR SP.
Como explicado, famílias em Francisco Morato começaram reuniões na década 1991-2000, sendo adotados pela ICE Mandaqui. Na década seguinte 2001-2010, houve a coordenação na Regional para a compra do terreno e a construção do templo.
É também na década 1991-2000 que, na primeira experiência que eu tive na Presidência da MEAR SP (2 anos neste período), promovemos um mapeamento de todas as igrejas regionais classificando por A,B,C,D nossas igrejas, com o objetivo de, em 1 década, levarmos as igrejas D para C, estas para B, e estas para A, num programa de reestruturação das igrejas. É também nesta década que conseguimos trazer o CTM para São Paulo com vistas a dar formação teológica aos nossos líderes e membros de igrejas para serem o suporte desta reestruturação das igrejas da Regional. Por mais de uma década formamos várias turmas, entregando às igrejas muitos formandos para o exercício do ministério local.
Na década de 2001-2010, em minha segunda experiência na presidência da MEAR SP (1 ano como vice, assumindo a presidência por mais um ano devido à saída do então presidente), começamos a organizar o orçamento com classificações específicas de verba no caixa com nomes como: verba EXPANDIR (para abrir igrejas) e verba ESTRUTURAR (apoiar igrejas estabelecidas a superarem deficiências). Assim, com a verba EXPANDIR, nesta Presidência, lançamos o desafio de um novo trabalho, e os primeiros recursos foram destinados a mapeamento de campo por empresa especializada, treinamento e capacitação da igreja-mãe, fóruns sobre o tema, e fechamos com a igreja-mãe ICE Boqueirão (Praia Grande) para abrirmos o campo em Caiçara, bem como os prazos de co-participação de investimentos para a manutenção do campo, que foi prorrogado posteriormente algumas vezes. Ainda nesta década, 2011-2020 e ainda o é, o campo continua sendo congregação vinculado à igreja-mãe ICE Boqueirão (Praia Grande).
É em 2001-2010 que o campo de Xique-Xique, na Bahia, foi transferido para a MEAR DF e assumiríamos um campo mais próximo, no Sul do país, em Florianópolis SC, para continuidade de trabalho que já vinha sendo coordenado pela MEAN, há 6 anos, para levá-lo a emancipação e ser alvo de abertura de outras igrejas no Sul. Somente a verba de ESTRUTURAR poderia ser usada, sendo esta menor que a de EXPANDIR, pois como já era igreja plantada não entrava na classificação regional de iniciar nova igreja. O fato é que a verba ESTRUTURAR atendia muitas necessidades de igrejas regionais que, posteriormente à primeira classificação feita na década de 1991-2000, encontravam-se, não em melhores condições, mas em situação mais precária que o primeiro levantamento. Assim, somente na década seguinte, 2011-2020 foi adquirido terreno em Florianópolis e construído o templo, com muito maior aporte da MEAN do que, efetivamente, da MEAR SP.
Enquanto isso, encerrava-se a co-participação da MEAR SP junto ao campo de Caiçara, nesta década de 2011-2020. Então, recomeçamos a guardar recursos para novo campo que carece, até hoje (2025) ainda de pesquisa inicial para definir igreja-mãe e onde será plantado. Enfim, agora temos recursos guardados no caixa da MEAR SP para plantar uma nova igreja, mas muito menos do que precisaremos efetivamente se mantivermos o mesmo padrão de antes. É nesta década (2011-2020) que foram encerradas as atividades do CTM em São Paulo.
Esta narrativa expõe a morosidade que temos na MEAR SP quanto a Plantação de Igreja. A ação de investir em nova igreja acusa o que eu estou disposto a contra-argumentar no PBPI, de que precisamos, urgentemente, questionar este paradigma e propor uma nova iniciativa para solucionar o que considero intenção de mais e ação de menos.
O fato é que voltamos a falar, na MEAR SP, em focar em estruturar igrejas, pois quase 40 anos depois da primeira classificação em igrejas A,B,C,D encontramos um quadro muito mais preocupante agora. O projeto EXPANDIR está sufocado pela frágil estrutura de nossas igrejas atualmente e a direção Regional é refém da tese de que primeiro temos que estruturar para depois expandir, e os fóruns e temas abordados dão embasamento a esta postura.
Depois de toda esta experiência cronológica apresentada, a ICE Vila Santa Isabel, do pr. Vardoeste Ferreira, nos convidou para transformarmos um trabalho social no bairro de Vila Antonieta, Zona Leste, em uma igreja. Mesmo que já seja conhecida pelo nome de ICE Vila Antonieta, as características do campo tornarão este projeto de ser igreja estabelecida e emancipada, com eclesiologia definida e requisitos denominacionais mínimos, um trabalho de alguns anos e muito foco. Com os anseios e andamento que a igreja-mãe tem com o campo, e por suas características iniciais de evangelização, não é possível adequar-se ao PBPI, sendo aplicadas outras estratégias para este propósito. Então, não considero razoável incluir este campo em eventual estatística de igrejas abertas recentemente; talvez daqui a alguns anos possamos considerar a possibilidade.
Precisamos de um novo paradigma ou amargaremos mais 20 anos para termos mais uma igreja plantada na maior Capital do País, sendo que onde, quando e por qual igreja-mãe nem sabemos ainda. Deus nos dê coragem e intrepidez. É tempo de sairmos de nossa zona de conforto.